22 de junho de 2017
Na Universidade Federal de Viçosa, são muitas as propostas que tratam de uma mudança no modo de visualizar e tratar a questão ambiental. São ações sobre agroecologia, coleta seletiva, reciclagem, recuperação de áreas degradadas, sustentabilidade e diversos outros temas relacionados ao combate ao consumo exagerado de recursos e à perda constante de biodiversidade. Algumas dessas ações estão sendo apresentadas ao longo deste mês pelo Projeção Virtual, a versão digital do informativo desenvolvido pelo Núcleo de Apoio a Programas e Projetos de Extensão (NAPE).
Nos textos anteriores falamos sobre Educação Ambiental (clique aqui para ler) e sobre Plantio de água (clique aqui para ler). Nesta matéria, apresentamos a Mata do Paraíso e o grupo GEIA Mata.
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Durante sua história, a UFV se mobilizou por diversas causas em função do meio-ambiente e a preservação dele. Um desses exemplos é a relação da Universidade com a Mata do Paraíso, um dos maiores fragmentos de Mata Atlântica da microrregião de Viçosa, com cerca de 200 hectares. Espécies da flora e fauna ameaçadas de extinção, como o gato do mato, habitam o local. Além disso, as nascentes do Córrego Santa Catarina, importante afluente do Ribeirão São Bartolomeu, são protegidas pela Mata.
Inicialmente, esse espaço era privado, sendo utilizado para extração de pedras e madeira e caça a animais. Posteriormente, a propriedade foi passada para a prefeitura de Viçosa e o interesse da UFV pelo local continuou até que uma parceria foi feita. Hoje, a Mata do Paraíso é também uma Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental. Com caráter conservacionista, a Universidade atua no local fazendo estudos sobre a região e contribuindo com a comunidade enquanto possibilita que alunos e professores expandam suas práticas para além do laboratório.
Com a pedreira desativada e o corte de árvores e a caça proibidos Nasce, em 2003, o GEIA Mata (Grupo de Educação e Interpretação Ambiental da Mata do Paraíso), orientado pelo professor Gumercindo Souza Lima (DEF/UFV). Roger Santos, membro do grupo, conta que o desafio agora é o de sensibilizar a comunidade no entorno da Mata do Paraíso: “O novo regime foi um choque para a população, por isso o grupo surge como uma maneira de mostrar a importância da manutenção da Mata”.
O grupo realiza trilhas interpretativas na Mata do Paraíso, por meio de atividades lúdicas que estimulam o encantamento e a reflexão. A ideia é trazer o meio ambiente para a realidade dos visitantes (o espaço é aberto a qualquer público, mas recebe principalmente estudantes de ensino infantil a superior, pesquisadores, associações e famílias). Roger Santos afirma que, para a preservação continuar, “é necessário que as pessoas se sintam parte do local, criem senso crítico e despertem sua sensibilidade para a situação”.
Outra ferramenta importante do GEIA Mata é o projeto Escola na Mata, orientado pelo professor Sebastião Venâncio Martins (DEF/UFV) e o objetivo dele é promover a educação ambiental para todas as classes da Escola Municipal Almiro Paraíso. Os membros do projeto ministram aulas semanais para crianças de 6 a 10 anos, sempre utilizando comparações e analogias com experiências reais.
Os integrantes que atuam como facilitadores da Educação Ambiental também fazem perguntas para instigar a curiosidade das crianças. Ariadna de Lima, bolsista do Escola na Mata, afirma que trazer o conhecimento prévio das crianças para o espaço é uma das partes mais importantes do projeto: “A gente não acredita na educação como uma pessoa falando e a outra ouvindo. A educação precisa ser uma troca. As crianças são do meio rural e tem muito contato com a natureza, então elas tem muito a acrescentar a nós também.”
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Acompanhe as atividades do GEIA Mata por meio da página no facebook: https://www.facebook.com/GEIA.MATA/