Arquivo da Categoria "Informativo"

Informações para submissão de projetos aos Editais de Extensão Universitária e Cultura e Arte

Postado por em 10/out/2017 -

Os projetos deverão ser submetidos, pelo coordenador (docente ou técnico administrativo), através do sistema no seguinte endereço: https://www3.dti.ufv.br/bolsista/.

A proposta deverá ser elaborada de acordo com a estrutura:

(a) Extensão Universitária (Pibex e Pibex Junior) e

(b) Cultura e arte.

PEC promove oficina para elaboração de projetos de Cultura e Arte

Postado por em 04/out/2017 -

A Divisão de Extensão, vinculada a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC), irá promover uma oficina de formação para o edital de bolsas de iniciação à cultura e arte universitária – PROCULTURA 2018. A oficina, que acontecerá na próxima sexta-feira (06) às 10h, na sala de aula interativa da Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (CEAD), tem o intuito de auxiliar na elaboração dos projetos de cultura e arte. A capacitação será ministrada pelo professor do departamento de Biologia geral, Carlos Frankl Sperber.

A inscrição deve ser efetuada neste link, até às 18h de quinta-feira (05). 

Cultura e memória: CineMIRE – sob um olhar antropológico

Postado por em 28/set/2017 -

O que é Cultura? Modos de viver e de estar em sociedade? A produção de representações por meio de expressões artísticas? Um conceito estático ou que tem certa flexibilidade? Em setembro, o Projeção Virtual tentará responder esta pergunta. Conversaremos com os responsáveis por diversos projetos e programas de extensão na UFV para conhecermos suas concepções sobre cultura e traçarmos um diagnóstico do que a extensão na Universidade Federal de Viçosa tem produzido em relação a este termo.

Nos textos anteriores da série, você pode conhecer o projeto Sarauzinho Literário (disponível clicando aqui), o programa RedeMoinhos (disponível clicando aqui) e dois projetos de exibições de filmes, o Cine DLA e o CineCom (disponível clicando aqui).

A memória é um dos principais mediadores de sentido na construção e continuidade de uma cultura ou de seus aspectos. Ela se materializa em fotografias, monumentos, textos, rituais, canções, objetos, celebrações e outros suportes, que atuam como gatilhos para acionar situações específicas ou coletivas em nossa mente. É a partir da memória que pensamos o mundo, pois são as referências que temos.

O projeto “CineMIRE: sob um olhar antropológico” utiliza filmes de caráter documental ou etnográfico (que enquadra em destaque costumes e ritos de um grupo), produzidos ou financiados de maneira independente, para evocar lembranças pessoais nos participantes e levantar questionamentos e reflexões sobre as relações e os lugares que estas ocupam. Para o projeto, é na memória que os indivíduos encontram sentidos, identificações e fermento para reinventar certas significações e pensarem sobre sua cultura – e o audiovisual evidencia elementos da cultura e ainda fornece uma compreensão artística e social do cotidiano.

Os filmes escolhidos para exibição no projeto, sempre em diferentes bairros de Viçosa, trazem, em sua maioria, temáticas emergentes e contemporâneas que sejam condizentes com as realidades do público envolvido. Por exemplo, após a exibição dos filmes “Tançá” e “Saberes do Sagrado”, guardas de congado de Viçosa e região foram convidados para compor uma mesa que apresentou outras realidades em frente ao documentário escolhido e compartilhou significados com o filme. Amanda Moura Souto, estudante de Ciências Sociais e bolsista do projeto, conta que “trazer pessoas de fora do ambiente universitário para as mesas de debate reforçam uma característica importante do CineMIRE, que é o respeito com outros saberes, que não o científico, como o saber popular e o saber tradicional”.

Após a exibição do filme “O Menino e o mundo”, no bairro de Rua Nova, o debate também se deu em torno de como a fotografia e o cinema podem ser gatilhos para acionar memórias do nosso passado. Amanda Moura conta que “senhoras se abriram e se mostraram emocionadas com o filme, porque ele foi muito importante para trazer lembranças da infância delas”.

Por meio do processo de relembrar, é possível construir uma imagem do mundo e de si mesmos – repensando nossos costumes e escolhendo como queremos contar nossas memórias e qual parte de nossa cultura queremos que persista no tempo. Pensando nisso, além das exibições de filmes, o projeto “CineMIRE: sob um olhar antropológico” também realizou oficinas de fotografia para crianças e adolescentes do bairro Rua Nova. Seis crianças participaram da atividade, onde puderam aprender conceitos básicos, como foco e enquadramento. Durante as oficinas, elas foram convidadas a experimentar o que aprenderam fotografando aquilo que havia de mais marcante para elas em seu bairro. As fotos foram organizadas em uma exposição, apresentando à comunidade o olhar das crianças sobre lugares afetivos e físicos do bairro. Amanda Moura afirma que o resultado da oficina foi excelente: “As imagens tiradas tinham não só um nível técnico, mas também um nível sensível. E elas utilizaram a fotografia como uma forma de documento e de memória. Quando perguntamos o significado de algumas fotos, elas respondiam que queriam guardar aquilo que podia sumir daí a um tempo, como uma árvore ou um coelho. É a construção agora de uma memória para o futuro”.

O projeto CineMIRE realiza a 2ª Mostra Itinerância Forumdoc em Viçosa em novembro. Para saber mais, acompanhe a página no facebook: https://www.facebook.com/projetocinemire/

CineMIRE

Exibição do filme “O menino e o mundo”, no bairro Rua Nova em Viçosa.

Cine DLA e CineCom: projetos que pensam a cultura a partir do cinema

Postado por em 22/set/2017 -

O que é Cultura? Modos de viver e de estar em sociedade? A produção de representações por meio de expressões artísticas? Um conceito estático ou que tem certa flexibilidade? Em setembro, o Projeção Virtual tentará responder esta pergunta. Conversaremos com os responsáveis por diversos projetos e programas de extensão na UFV para conhecermos suas concepções sobre cultura e traçarmos um diagnóstico do que a extensão na Universidade Federal de Viçosa tem produzido em relação a este termo. Nos textos anteriores da série, você pode conhecer o projeto Sarauzinho Literário (disponível clicando aqui) e o programa RedeMoinhos (disponível clicando aqui).

Um povo consegue expressar sua cultura através de produções artísticas, como a literatura, a música e o cinema. Mesmo obras de ficção trazem elementos e símbolos que nos fazem entender ou compreender uma sociedade e seus modelos. O cinema, por exemplo, se aproxima da realidade não somente por ter uma qualidade cada vez maior de imagem e som, mas também por apresentar temas, espaços e histórias que perpassam a cultura. Considerada a sétima arte, por ser uma das formas de expressões mais recentes, criadas somente no fim do século XIX, o cinema apresenta formas de convivência de um grupo, as paisagens de um país, os problemas de uma comunidade…

Muitas vezes, o que chega destas produções até o grande público é uma quantidade limitada, que costuma reproduzir os mesmos estereótipos ou representar os mesmos grupos – como evidenciamos no texto anterior (disponível clicando aqui). Na UFV, esta expressão cultural pode ser experenciada de uma maneira diferente por meio dos projetos Cine DLA e  CineCom – Cinema e Cultura para Viçosa.

Criado há sete anos, o Cine DLA apresenta sessões de filmes gratuitas para a comunidade viçosense, no Cine Carcará. Os filmes exibidos, escolhidos pela equipe do projeto, tentam fugir do âmbito mercadológico, resgatando clássicos que já estão fora do circuito comercial ou apostando em novos temas e diretores ainda sem espaço. Diego Dominique, estudante de Letras e bolsista do projeto, afirma que “apresentar o que é diferente, pouco visto ou pouco falado, é uma forma de apresentarmos novas maneiras de ser a quem visita a sala de cinema”.

Eventualmente,  o Cine DLA  exibe filmes blockbusters (filmes atrativos, recordes de bilheteria), como aconteceu com Laranja Mecânica. Juan Pablo Chiappara Cabrera (DLA/UFV), coordenador  do projeto, conta que nestas ocasiões o papel do projeto se transforma: “Quando passamos filmes que já conversam com um grande público, o nosso foco passa a ser propor leituras diferentes da mesma história. Ao fim do filme, procuramos debater o foco e observar pontos de vista diversos do que foi apresentado. É uma maneira de atentar as pessoas para uma forma diferente de se relacionar com a sétima arte”.

Alguns filmes exibidos também conversam com públicos específicos, escolhidos através de parcerias da equipe com outros projetos. Desde o início do ano, idosos têm visitado a sala de cinema para assistir a filmes clássicos e nacionais, escolhidos em parceria com o Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI), e estrangeiros têm tido maior contato com a língua portuguesa e a cultura brasileira por meio de produções audiovisuais nas sessões do projeto “Cine Brasil Cultural”. Juan Pablo conta que estas parcerias têm enriquecido e motivado o Cine DLA: “Nossa ideia é fazer a cultura e a produção cultural circular e estas parcerias tem agregado mais conteúdo aos debates. As experiências positivas tem nos deixado abertos a novas parcerias”.

O outro projeto de extensão que trabalha com uma perspectiva cultural do cinema é o “CineCom – Cinema e Cultura para Viçosa”. Há cinco anos, o gramado na Praça das Quatro Pilastras tem sido ocupado mensalmente com sessões de cinema abertas. Um telão é montado pela equipe e as pessoas se assentam na grama para acompanhar as projeções – para acompanhar, pipoca gratuita. Tayná Gonçalves, estudante de Comunicação Social – Jornalismo e bolsista do projeto, faz parte da equipe desde 2015 e explica a escolha do local: “O gramado é a interseção da universidade com a cidade. Ocupar este espaço é uma tentativa de que uma fronteira invisível seja quebrada e os públicos se encontrem”.

O trabalho do CineCom começa bem antes da exibição do filme e vai além da produção de um evento. Existe um trabalho de divulgação, com cartazes e spots para rádio, e uma pesquisa anterior, que dura três semanas, tempo em que são produzidos conteúdos que serão apresentados ao público: uma revista impressa e um programa audiovisual. Ambos trazem curiosidades sobre o filme exibido, sugestões de filmes semelhantes e reflexões sobre a temática proposta pelo diretor. Tayná conta que “a equipe tenta não somente trazer novas informações, mas novas linguagens e visões para apresentar o filme. É um projeto não só de transmissão de informações, mas de experimentação e representatividade”.

O cuidado com a representatividade também aparece na curadoria dos filmes exibidos no CineCom. A equipe do projeto se reúne semanalmente para discutir possibilidades, procurando fugir de escolhas óbvias e temáticas já disseminadas no grande mercado e evitando a repetição de nacionalidades de origem. Tayná Gonçalves explicita que a equipe do projeto “apresenta novas culturas e evita padrões que as pessoas encontram facilmente na televisão. Queremos oferecer novas visões de mundo, para que o público no gramado se sinta acolhido por alternativas diferentes, pela diversidade”. Além disso, Tayná acredita no “poder transformador” do cinema e da arte enquanto produções culturais: “A cultura pode criar laços, nos ajudar a nos entender, nos despertar um lado sensível ou crítico sobre os problemas da sociedade. Porque as representações que produzimos falam sobre nós, nossa sociedade, nosso tempo”.

Para saber mais sobre os projetos e acompanhar as exibições, visite as páginas Cine DLA e CineCom.

CineCom ocupa mensalmente o gramado das Quatro Pilastras com sessões de filmes gratuitas.

CineCom ocupa mensalmente o gramado das Quatro Pilastras com sessões de filmes gratuitas.

Cultura como identidade: conheça o Programa RedeMoinhos

Postado por em 18/set/2017 -

O que é Cultura? Modos de viver e de estar em sociedade? A produção de representações por meio de expressões artísticas? Um conceito estático ou que tem certa flexibilidade? Em setembro, o Projeção Virtual tentará responder esta pergunta. Conversaremos com os responsáveis por diversos projetos e programas de extensão na UFV para conhecermos suas concepções sobre cultura e traçarmos um diagnóstico do que a extensão na Universidade Federal de Viçosa tem produzido em relação a este termo. No primeiro texto da série (disponível clicando aqui), você pode conhecer o projeto Sarauzinho Literário. Neste texto, o programa RedeMoinhos.

Uma das formas de enxergar a cultura é como a identidade de um povo: são os ritos, os mitos, as práticas, os valores e os hábitos que constroem o modo de uma comunidade se organizar e viver. Nosso país carrega grande pluralidade e diversidade de identidades culturais. Contudo, enquanto alguns grupos são majoritariamente representados em esferas de poder, outros são correntemente oprimidos, excluídos e violentados. O problema é que, por vezes, há uma hierarquização de culturas, onde determinadas produções e práticas são invisibilizadas por estarem vinculadas a grupos minoritários, enquanto outras são valorizadas por estarem associadas a grupos de poder.

O “Programa RedeMoinhos: Circulação de saberes e fazeres para a promoção da igualdade racial” tem o objetivo de sensibilizar para esta realidade desigual e buscar a valorização da cultura afro-brasileira. O programa surgiu em 2015 e veio da demanda de comunidades quilombolas da região da Zona da Mata e movimentos sociais negros da região de Viçosa que precisavam de recursos e de pessoas para realizarem suas atividades, desenvolverem discussões sobre a questão étnico-racial e receberem suas certificações. Hoje, é um programa de extensão com práticas e espaços de educação formais ou não, que debatem, discutem e promovem questões sobre o lugar da pessoa negra e a questão afro-brasileira na Universidade e fora dela, coordenado pela professora Jaqueline Zeferino (Departamento de Educação/UFV).

Os membros do RedeMoinhos desenvolvem projetos em suas próprias comunidades de origem e utilizam o espaço do programa, em reuniões semanais, para informarem sobre o andamento das atividades, mobilizar mais pessoas e dividir experiências. Existe ainda espaço para pesquisa e estudo de teorias. Cada um atua em seus territórios (existem projetos, por exemplo, sobre a valorização do cabelo e da beleza negra, a capoeira e a presença e a permanência do estudante negro na Universidade), mas com o objetivo único de promover a igualdade racial e o reconhecimento da cultura afro-brasileira.

As atividades são diversas. Por exemplo, o NEAB, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, faz parte do RedeMoinhos e promove minicursos, oficinas relacionadas ao ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, e eventos, como a Semana da Consciência Negra. Matheus Freitas, estudante de Ciências Sociais, atua no programa desde 2015. Ele conta que este evento acontece todos os anos em novembro, questiona a situação da população negra no Ensino Superior e traz rodas de memória sobre a luta do movimento negro e também atividades culturais: “É um momento importante para valorizarmos o que é nosso, como mães de santo, o congado, a capoeira. No ano passado, por exemplo, todo o prédio do Departamento de Dança foi ocupado por atividades artísticas e culturais de estudantes e pessoas não vinculadas à Universidade numa Mostra de Arte Preta”.

Outra ação do programa RedeMoinhos foi a articulação e organização do I Encontro de Povos Quilombolas da Zona da Mata, que aconteceu em agosto de 2016, na cidade de Piranga/MG. Dez comunidades quilombolas da região participaram do evento, cujo objetivo foi propiciar um espaço de discussão e troca de experiências sobre a cultura e a história afro-brasileira. Matheus conta que “foram diversas as organizações envolvidas e o RedeMoinhos atuou como uma mola propulsora. A nossa missão foi organizar o evento para que ele acontecesse e os espaços funcionassem da melhor maneira possível”.

No evento, foi evidenciada uma dimensão da cultura que precisa ser mais bem compreendida: “Por vezes, a cultura afro-brasileira é muito estereotipada, o que provoca preconceitos, mas precisamos entender uma dimensão de pluralidade. São várias culturas e dentro da cultura afro-brasileira também existem várias culturas. De um lado, é preciso haver respeito, no sentido de valorizar as pessoas, seus saberes, suas memórias. Do outro, é preciso haver afirmação, mostrar nossa cultura de modo positivo”, descreve o estudante.

Uma das maneiras de demonstrar isso aconteceu no projeto Curupira, dentro do Centro de Tecnologias Alternativas (CTA), durante o desenvolvimento de uma cartilha e de oficinais de educação ambiental sob uma perspectiva étnico-racial. Matheus conta que o grupo “pôde falar sobre Oxum, representando a cachoeira, Obá no encontro das águas doce e salgada, Yemanjá no mar. Falamos dos povos indígenas, das comunidades ribeirinhas, da história da Iara, do Boto… Trouxemos um aspecto cultural do meio-ambiente que as pessoas não precisam acreditar, mas precisam reconhecer a existência. Pensar a cultura é pensar em culturas diferentes numa convivência respeitosa, de igual para igual”.

Encontro de Povos Quilombolas da Zona da Mata promoveu discussões sobre a cultura afro-brasileira.

Divulgados editais de projetos para bolsistas de iniciação à extensão e de cultura

Postado por em 15/set/2017 -

A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PEC) informa que estão abertas as seleções dos editais dos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação à Extensão Universitária (Pibex), de Extensão Universitária Categoria Júnior (Pibex Jr.) e de Iniciação à Cultura e Arte Universitária (Procultura).

As propostas serão submetidas, por meio do sistema de bolsas da UFV, durante o período de 15 de setembro até as 23 horas e 59 minutos de 16 de outubro. Os proponentes deverão acessar o endereço http://www3.dti.ufv.br/bolsista/ e escolher o campus da UFV conforme sua lotação, de acordo com o manual de orientações do sistema.

Nesta edição, há uma novidade no sistema: os proponentes terão a possibilidade de salvar os dados como rascunho, dessa forma, as informações serão mantidas e a inscrição poderá ser realizada por etapas.

As bolsas têm a duração de nove meses, iniciando-se em 1º de março de 2018 e encerrando-se em 30 de novembro de 2018.

Pibex
Serão concedidas 125 bolsas de iniciação à extensão para estudantes de graduação, a serem distribuídas nos três campi, sendo 95 para Viçosa, 13 para Florestal e 17 para Rio Paranaíba, conforme o edital.

Pibex Jr.
Serão concedidas seis bolsas de iniciação à extensão para estudantes de ensino médio, a serem distribuídas nos três campi, sendo uma para Viçosa, quatro para Florestal e uma para Rio Paranaíba, conforme o edital.

Procultura
Serão concedidas 15 bolsas de iniciação à cultura e arte para estudantes de graduação, a serem distribuídas nos três Campi, sendo 12 para Viçosa, uma para Florestal e duas para Rio Paranaíba, conforme o edital.

Mais informações poderão ser obtidas pelos telefones e e-mails:
Viçosa: (31) 3899-2587, 3899-4861, 3899-3999 – nape@ufv.br
Florestal: (31) 3563-3366 – direc@ufv.br
Rio Paranaíba: (34) 3855-9323- thiago.mendes@ufv.br e dexcrp@ufv.br.

Culturas: conheça o projeto Sarauzinho Literário

Postado por em 06/set/2017 -

O que é Cultura? Modos de viver e de estar em sociedade? A produção de representações por meio de expressões artísticas? Um conceito estático ou que tem certa flexibilidade? Em setembro, o Projeção Virtual tentará responder esta pergunta. Conversaremos com os responsáveis por diversos projetos e programas de extensão na UFV para conhecermos suas concepções sobre cultura e traçarmos um diagnóstico do que a extensão na Universidade Federal de Viçosa tem produzido em relação a este termo. Neste primeiro texto, conheça o projeto Sarauzinho Literário.

A leitura, além de ser uma forma de entretenimento e distração, também traz vantagens a quem a pratica. Ela favorece um aumento do vocabulário e do conhecimento sobre gramática e estimula o raciocínio, a criatividade e a imaginação. Contudo, ainda não é possível dizer que somos um país de leitores. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura 2016, realizada pelo Instituto Pró-Livro, somente 56% da população leu um ou mais livros nos três meses anteriores à pesquisa (o número também compreende a leitura de apenas partes de livros).

Mas como impulsionar a criação de novos leitores? O Sarauzinho Literário tenta estimular isto através de atividades lúdicas e do contato com o processo de produção do livro. Para Daniela Alves (DCS/UFV), diretora da Editora UFV e coordenadora do projeto, o estímulo à leitura precisa ser feito desde cedo: “recebemos no Sarauzinho estudantes do quarto e quinto anos do ensino fundamental de escolas de Viçosa, uma idade adequada para a formação do leitor. Mas pretendemos expandir esse público”.

Crianças de 9 e 10 anos chegam à Editora UFV, local onde acontecem as atividades, pela manhã. Primeiro, participam de uma prática com contação de histórias, uma leitura dramatizada de um trecho ou livro escolhido pelas próprias crianças e disponível da biblioteca da escola onde estudam: “As escolas participantes recebem um kit de livros infantis publicados pela Editora UFV e a leitura é escolhida previamente na escola”.

A partir disso, também surge uma atividade prática. As crianças são estimuladas a conversarem sobre o livro, a partir de questões que a história desperta, e participam de uma dinâmica criada a partir do tema do livro, como discussões e oficinas de recortes, desenhos e colagens. Desta maneira, o Sarauzinho Literário aproxima as crianças de uma função social que a literatura pode apresentar, a representação artística de questões e problemas atuais.

Depois da prática, as crianças visitam o Parque Gráfico da Editora UFV. Lá, podem conhecer as máquinas de impressão e saber mais sobre a confecção dos livros. Entender o processo de produção do objeto “livro”, com todos os setores e funcionários envolvidos, ajuda no reconhecimento do valor da literatura. Neste sentido, Daniela Alves ainda apresenta outro objetivo do Sarauzinho Literário: “O projeto também tenta incentivar o ofício do escritor como uma profissão possível, apresentando autores de Viçosa e região. Não sei dizer onde esse encantamento com a profissão ‘escritor’ se perde, mas ele parece existir maior na infância”.

Para Daniela Alves, a cultura está presente no Sarauzinho Literário em muitas perspectivas. A principal delas é a valorização de um patrimônio cultural que é a literatura: “Podemos enxergar a cultura de diferentes maneiras. São muitos os conceitos. Ela está presente na língua, nos hábitos, nas práticas… Tudo que a gente faz está permeado de cultura, como a arte. A produção artística é uma produção cultural. E a arte, a literatura é um patrimônio cultural, que precisa ser valorizado, ser respeitado, conservado. Este é um dos nossos objetivos”.

Para acompanhar e saber mais sobre o projeto, visite o site da Editora UFV ou ligue no ramal 3423.

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Editora UFV recebe Estudantes da APOV no Sarauzinho Literário

Fórum Municipal Lixo e Cidadania é inaugurado em evento sobre coleta seletiva solidária

Postado por em 18/ago/2017 -

No último dia 11 de agosto, foi inaugurado o Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Viçosa (FMLC), um espaço permanente para envolver a comunidade em torno da discussão sobre o lixo em Viçosa, agregando pessoas e entidades interessadas em debater a situação atual da gestão de resíduos sólidos no município.

Em Viçosa, somente cerca de 3% dos resíduos coletados são encaminhados hoje para a Associação dos Trabalhadores da Usina de Triagem e Reciclagem de Viçosa (Acamare) e para a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Viçosa (ACAT). Boa parte dos resíduos recicláveis é enviada diretamente para o aterro sanitário, em parte porque as pessoas não separam os resíduos corretamente, outra parte porque a coleta ainda não é feita de forma totalmente seletiva. Um potencial desperdiçado, já que os resíduos recicláveis tem valor financeiro e são fonte de renda para mais de 40 famílias ligadas às associações Acamare e ACAT.

Com comprometimento de todos no FMLC será possível propor pautas para o poder público e articular soluções para o gerenciamento de resíduos sólidos que envolvam a inclusão e a promoção de autonomia às associações de catadores de Viçosa, como direciona a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10). Esta lei prevê que os municípios lidem com os resíduos produzidos de maneira sustentável, garantindo a destinação correta de rejeitos a aterros sanitários, favorecendo iniciativas que envolvam compostagem com os materiais orgânicos e contribuindo com a sociedade através dos resíduos que podem ser reaproveitados ou reciclados.

Para instigar o início da discussão, foi realizado o seminário “Desafios da coleta seletiva com a inclusão dos/as Catadores/as”. O evento contou com a participação de cerca de 150 pessoas, entre trabalhadoras e trabalhadores das associações de catadores da cidade (Acamare e ACAT), representantes da Cooperativa Central Rede Solidária dos Trabalhadores dos Materiais Recicláveis de Minas Gerais (REDESOL -MG), do Projeto InterAção – Responsabilidade Social e Meio Ambiente, da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Viçosa, do Ministério Público de Minas Gerais, da Coordenadoria de Inclusão e Mobilização Social (CIMOS) e da administração superior da UFV e outros interessados nas questões apresentadas.

Marli Aparecida dos Santos Miguel, catadora associada à REDESOL, trouxe à mesa sua experiência com o Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Belo Horizonte. Ela conta que o espaço tem servido, desde então, para discutir as leis municipais sobre resíduos, construir colaborativa e participativamente um Plano Municipal de Manejo de Resíduos, criar ações para mobilizar a comunidade em torno da Coleta Seletiva Solidária e buscar melhores condições de trabalho para as cooperativas: “lutamos por uma maior quantidade de resíduos sólidos [coletados], porque o principal norteador do fórum é a valorização dos catadores e do nosso trabalho pelo meio ambiente”.

Selma de Fátima Miranda, catadora associada da Acamare, em Viçosa, compartilhou no painel sua experiência e destacou a importância do trabalho que os catadores fazem: “Dezenas de famílias são sustentadas com o dinheiro que vem do que chamam de lixo. É um trabalho bonito. Não podemos ter vergonha. Precisamos lutar pelo nosso espaço”. Nádia Dutra de Souza, representando o Projeto InterAção e a ITCP na mesa, ressaltou a importância de políticas públicas que fomentem e fortaleçam a atividade dos catadores em Viçosa: “Uma política que inclua os catadores não só geraria trabalho e renda como também contribuiria com a diminuição da degradação ambiental. O que os catadores fazem é um serviço socioambiental”.

Camila Mattarelli de Abreu Silva, representante da CIMOS na mesa, encerrou o painel destacando que o caminho para uma maior dignidade social é a coleta seletiva: “Precisamos reconhecer o valor do resíduo reciclável, pois com ele vem a valorização do trabalho das catadoras e dos catadores. Até quando vamos continuar enterrando dinheiro? Até quando vamos continuar enterrando dignidade e autoestima?”.

Ao fim, Bianca Aparecida Lima Costa, coordenadora da ITCP/UFV, apresentou o Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Viçosa e o destacou como uma conquista das trabalhadoras e trabalhadores: “Este será um espaço de debate, para ouvir catadores, catadoras e associações, e fortalecer políticas no âmbito municipal”.

O FMLC é aberto a pessoas com interesse e órgãos relacionados à questão dos resíduos sólidos. A primeira reunião acontece às 9h do dia 15 de setembro (os encontros acontecerão sempre na terceira sexta-feira de cada mês), onde será aprovado o regimento interno, eleita a coordenação do FMLC e definidas as prioridades do grupo. O local ainda não foi definido.

Acompanhe a página da ITCP para saber mais: https://www.facebook.com/itcpufv2003

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Mesa de abertura do seminário “Desafios da coleta seletiva com a inclusão dos/as Catadores/as”

Popularização e retorno à comunidade: conheça o projeto Ciência na Praça

Postado por em 04/ago/2017 -

Desmistificar o saber científico é uma das maneiras pelas quais a universidade pode se aproximar e dar retorno do que produz à sociedade. Podemos observar esta tarefa sendo realizada na relação entre Extensão Universitária e Popularização da Ciência, tema da série de matérias que o Projeção Virtual publica ao longo deste mês. No primeiro texto (disponível aqui) você pode saber mais sobre Popularização da Ciência. No textos seguintes da série, você pode conhecer os projetos Jovem Cientista e Química em Ação (aqui), a Troca de Saberes (aqui) e dois espaços de ciência da UFV, o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef e a Sala Mendeleev (aqui). Neste, o último texto da série, apresentamos o projeto Ciência na Praça.

As praças da cidade são comumente vistas apenas como um lugar de passagem das pessoas no dia-a-dia, mas são fundamentalmente lugares de estar junto, de convivência em comunidade. É com essa visão que surgiu o projeto Ciência na Praça, em 2016: criar uma praça onde sejam socializados o conhecimento e pesquisas da Universidade Federal de Viçosa em qualquer lugar da cidade.

Felippe Clemente, um dos idealizadores desta ação, conta que o projeto nasceu depois de perceber um baixo nível de comunicação entre a comunidade viçosense e, especificamente a pós-graduação da Universidade: “Nós sabemos que os pós-graduandos estão pesquisando, mas o desenvolvimento e os resultados, na maioria das vezes, se mantêm dentro dos departamentos ou em algum congresso externo. Mas não costumava haver nenhum contato com a comunidade de Viçosa”. A partir disso, o Ciência na Praça é pensado a partir de três questões importantes: o local que receberá o evento, o interesse do público e a produção científica atual na Universidade.

Mateus de Carvalho Reis Neves, professor do Departamento de Economia Rural e um dos orientadores do Ciência na Praça, conta que o local é escolhido pela equipe do projeto pensando em ambientes que tenham uma infraestrutura mínima, mas que, principalmente, não recebam informações sobre a UFV tão facilmente: “Queremos levar ideias e pesquisas para lugares que enxergam a Universidade como algo a à parte da cidade, para mostrar que a UFV atende a estas pessoas também”.

Decidido o local, os responsáveis pelo projeto visitam o bairro que receberá o evento e procuram apurar o que os moradores gostariam de saber. Mateus conta que o objetivo é apresentar a ciência “de modo que seja relevante para a comunidade e que, se for possível, exista uma troca de experiências. A gente só consegue isso se os temas forem de interesse para o público do evento também”. Na última edição, por exemplo, a partir da realização deste diagnóstico prévio na comunidade Nova Viçosa, foram convidados os departamentos de Biologia Geral, Microbiologia, Entomologia, Tecnologia de Alimentos e Administração, gerando estandes sobre assuntos como vírus e bactérias, a previdência social e produção caseira de geleias.

A equipe do projeto visita os programas de pós-graduação e convida os estudantes a apresentarem suas pesquisas (finalizadas ou em desenvolvimento) ou algum tema de estudo relacionado aos interesses da comunidade. A única orientação é que seja exposto de maneira prática e com uma linguagem popular. Os estudantes utilizam demonstrações, experimentos, painéis ilustrados, microscópios e outros equipamentos pedagógicos que os ajudem a representar o assunto. Felippe Clemente afirma que “isto é uma necessidade porque as pessoas que frequentam o Ciência na Praça não têm acesso à linguagem acadêmica. São elas a causa do projeto, são elas que precisam entender o que está sendo apresentado”.

Duas edições do Ciência na Praça já foram realizadas, no Bairro de Fátima e no Nova Viçosa. Você pode conferir imagens do evento clicando aqui. A terceira edição, prevista para Novembro, ainda não tem local definido.

Um dos estandes da segunda edição do Ciência na Praça, sobre a fisiologia dos insetos (DCI/UFV)

Um dos estandes da segunda edição do Ciência na Praça, sobre a fisiologia dos insetos (DCI/UFV)

Proibido não tocar: museus e espaços na UFV que promovem a Popularização da Ciência

Postado por em 27/jul/2017 -

Desmistificar o saber científico é uma das maneiras pelas quais a universidade pode se aproximar e dar retorno do que produz à sociedade. Podemos observar esta tarefa sendo realizada na relação entre Extensão Universitária e Popularização da Ciência, tema da série de matérias que o Projeção Virtual publica ao longo deste mês. No primeiro texto (disponível aqui) você pode saber mais sobre Popularização da Ciência. No segundo texto da série (disponível aqui), você pode conhecer os projetos Jovem Cientista e Química em Ação, e no texto anterior (disponível aqui) apresentamos a Troca de Saberes. Neste texto, apresentamos o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef e a Sala Mendeleev.

A educação regular é, em muitos casos, limitada no que diz respeito a Popularização da ciência. A forma em que foram concebidas suas metodologias e o currículo básico priorizam o conhecimento dos professores e os conteúdos dos livros-texto em relação a uma participação mais ativa dos alunos. Por isso, cada vez mais são utilizados espaços que chamem a atenção do público infantil e adolescente para aprender além da sala de aula.

Longe serem lugares parados no tempo, os doze museus e espaços de ciência da Universidade Federal de Viçosa têm buscado uma linguagem mais acessível e próxima para dialogar com o público e atrair mais visitantes. Os museus têm assumido novas concepções e estratégias e se tornado uma ferramenta a mais na formação de estudantes, além de também promoverem uma aproximação das pessoas em geral com a ciência, através da união entre o passado histórico e a atualidade.

O Horto Botânico, o Herbário VIC e a Mata da Biologia, por exemplo, apresentam dinâmicas e atividades lúdicas sobre biodiversidade e educação ambiental – como você pode conhecer neste texto do Projeção Virtual.

Outro espaço é o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef (MCTAD), que nasceu com a intenção de socializar, organizar e conservar uma coleção de rochas e minerais que já existia no Departamento de Solos da antiga ESAV (Escola Superior de Agronomia e Veterinária). Hoje, o MCTAD (localizado na casa 31 da Vila Gianetti) se organiza em três eixos temáticos: o primeiro compreende as dinâmicas e processos do nosso planeta, como terremotos e vulcões; o segundo fala sobre o uso econômico dos recursos minerais e os impactos desta relação; o terceiro trata da conservação dos solos e da natureza.

O acervo do MCTAD contempla exemplares de rochas e minerais de todo o país, amostras de diferentes tipos de solo, painéis informativos ilustrados, quadros pintados com tintas derivadas do solo e outros objetos que auxiliam nas visitas guiadas e nos projetos educativos que promove: educação em solos e meio ambiente para estudantes de escolas públicas, cursos de capacitação para professores, exposições itinerantes, oficinas e minicursos para o público geral.

Na intenção de tirar o caráter estático do Museu e criar algo mais lúdico, o Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef também tem um espaço com amostras para manuseio dos visitantes. Cristine Carole Muggler, atual curadora do MCTAD, conta que “existe uma demanda atual para os museus se modernizarem e trazerem espaços interativos. Então, a gente cria um espaço com diversos tipos de solo e coloca uma placa “Proibido não tocar”, porque solos é uma coisa que você só conhece se você toca. Isso causa um estranhamento, porque é o oposto do que se pensa de um museu”. Cristine também afirma que as visitas guiadas e oficinas também precisam ter hoje uma abordagem diferenciada: “o Museu tem as figuras dos monitores, mas eles estão sempre interagindo, fazendo perguntas. Eles dialogam o tempo inteiro com o público, com roteiros de discussão”.

A Sala Mendeleev, localizada no segundo andar do Edifício das Licenciaturas, em frente à capela da UFV, também tem se tornado um auxílio para educadores. O local, batizado em homenagem ao principal cientista responsável pela classificação periódica dos elementos, é um modo lúdico de conhecer a história da tabela periódica e como ela foi organizada. Para isso, os monitores utilizam um laboratório onde ocorrem experimentos, com o objetivo de demonstrar as propriedades físicas dos elementos químicos e reações possíveis entre eles.

A Sala também conta com uma tabela periódica de grandes proporções (três metros de largura e dois de altura) com uma repartição para cada elemento estável da natureza. Dentro dela, estão guardadas fotos dos cientistas responsáveis pela descoberta do elemento químico, informações sobre ele, um pequeno exemplar do próprio elemento (se possível, já que alguns elementos são radioativos) e objetos derivados dele. Para Lana, uma das monitoras da Sala Mendeleev, isso é interessante porque “muita gente não sabe do que são feitos objetos comuns do dia a dia delas, como um cosmético, um produto de beleza, um material de limpeza… Na tabela gigante e no texto da visita, a gente colocou objetos comuns, cotidianos, para os visitantes notarem como a química está em todo lugar”.

As visitas de grupos escolares ao Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef e à Sala Mendeleev devem ser agendadas previamente. Para saber mais, visite a página da Secretaria de Museus e Espaços de Ciência da UFV.

MCTADw

Parte do acervo de rochas e minerais do Museu de Ciências da Terra Alexis Dorofeef